sexta-feira, 17 de junho de 2011

Hoje depois de tanto tempo senti que preciso de escrever, não o fiz antes por não querer mas por não ter tempo, quase não o tenho para mim, quanto mais para escrever as minhas crises, as minhas ansiedades.
Estou bem, sinto me de certa forma tranquila em relação às drogas, em relação ao passado mas as cicatrizes ficaram e fundas na minha maneira de ser.
Na noite anterior a fazer 27 anos tive uma recaída, arranjei droga e consumi. Foi só aquela vez mas foi o suficiente para entender que não quero mais.... a ansiedade que eu tinha de consumir, de procurar aquele pózinho "mágico" desapareceu. Já não  penso em consumir,em sentir aquela tranquilidade na minha alma, entendi que aquilo não me levará a lado nenhum, não arrancará a dor que ficou em mim, essa sim eu sei que não posso apagá-la mas a dor causada pela droga eu posso combate-la e é isso que irei fazer, cada dia é uma batalha e eu não posso nem quero perder esta guerra. 
Apesar da vida não ser como eu desejei que fosse, apesar de a felicidade me fugir entre os dedos, apesar de todas as dificuldades que me possam surgir irei sempre lutar....nem que perca tudo e volte a renascer, nem que sofra na pele todas as dificuldades, todas as amarguras.
Nesse dia senti o amor aliado ao sofrimento, senti  realmente o que de mal pode acontecer e o sofrimento que pode causar às pessoas que estão à minha volta, que realmente se preocupam comigo e me amam de verdade. Entendi que com o pouco posso ser feliz, como nunca fui. Que a droga só irá destruir o bom que consegui e que foi o melhor que alguma vez tive e que tanto me custou a conseguir. 
Agora só preciso de recuperar a minha auto estima já que emagreci 9 quilos e a confiança nas pessoas. Vai custar mas vou conseguir mudar, senão vou acabar por perder e muito e eu não posso.
Tenho sempre de pensar que atrás de uma montanha está outra, se não for maior é mais pequena, o que importa é nunca baixar os braços e continuar a lutar por mais dificil que seja.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mais uma vez...

Tou numa fase da minha vida que me está a pôr à prova,cada vez mais sinto necessidade de consumir para esquecer...mas ao mesmo tempo lembro-me de todo o sofrimento que iria causar a todas as pessoas que me amam que que estão ao meu redor, que me admiram e que me consideram uma "guerreira", apostando em mim como uma vencedora. Tenho medo, medo  de sucumbir a esta vontade imensa de voltar a ter aquela sensação de não pensar, não sentir, não me preocupar com nada nem ninguém. Não queria voltar a ficar "agarrada", fumar todos os dias....simplesmente ter momentos de paz...sossego na minha cabeça.
Apesar de não parecer sou daquele tipo de pessoas que não pede ajuda, que não admite nem dá o braço a torcer. Eu penso que se me meti nos problemas sozinha também sairei deles sem a ajuda de ninguém mas desta vez reconheço-o, tou a precisar de ajuda, de desabafar, de aliviar está angústia, este nó que me aperta e me afixia. Eu já não sou eu, já não tenho a  alegria nem a confiança que tinha. Tou a magoar-me e o pior de tudo a magoar as pessoas que me rodeiam. Em particular a  pessoa a quem eu desejo tudo de bom, a maior felicidade do mundo. E ao magoá-lo, magoou-me mais a mim porque me dói saber que o estou a fazer sofrer, como posso chegar a este ponto....magoar alguém que amo, querer controlá-lo como o meu ex-namorado fez comigo. Tou a tornar-me na pessoa que pior me fez sentir. Tenho que mudar, tenho que deixar livre aquilo que mais quero, que mais anseio apesar de saber que não me quer e que não tem amor para me dar. Vou guardar a amizade, o carinho, a companhia e tentar esquecer o amor, a paixão, o desejo, porque lutar por uma coisa que sei que não será minha mata-me por dentro, acaba comigo aos poucos e por melhor que a companhia dele me faça sentir não tenho mais forças nem condições de o amar mais, de lutar numa guerra da qual sei que vou sair derrotada. Mais uma vez, vou ter de lutar para esquecer, lutar contra a minha vontade. Sofrer mas saber que é para o meu bem. Pensar que eu também tenho o direito a ser feliz.