Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
quantos o mundo pode dar.
Eu...
Afinal, tudo, porque tudo é eu,
e até as estrelas, ao que parece,
me saíram da algibeira para deslumbrar crianças,
que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive passado? Sem dúvida...
Tenho presente? Sem dúvida...
A vida que pare daqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
eu fico eu.
Fernando Pessoa
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